Os dados são preocupantes e merecem atenção. A cada 20 dias, um metalúrgico da região de Osasco perde a vida ou é gravemente ferido. Os dados foram apresentados no primeiro encontro do 38º Ciclo de Debates, e faz parte de uma pesquisa elaborada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região. Como base, foram analisados 94 acidentes graves ou fatais ocorridos entre maio de 2010 a maio de 2016. O mais preocupante é que a cada 5 acidentes, 1 leva a óbito. Para 53,2% dos acidentados, o acidente atingiu as mãos, dedos e membros superiores.
Estes dados foram objeto de pedido de fiscalização ao Ministério do Trabalho. Porém, saber do acidente não significa significa uma ação eminente para evitar o problema. Isso porque, a fiscalização leva em torno de 27 dias para comparecer ao local do acidente. Já o relatório demora 151 dias para ficar pronto e um ano e três meses para chegar ao Sindicato. “Essa demora, com certeza, ajuda a explicar o alto número de acidentes porque há casos de reincidência”, analisa o secretário-geral do Sindicato, Gilberto Almazan.
Os resultados deste levantamento serão apresentados aos órgãos competentes e ao Ministério do Trabalho com o objetivo de solucionar este problema. “Há anos buscamos melhorar as condições de trabalho da Gerência Regional, que sofre com o déficit de fiscais. Ao mesmo tempo, não deixamos de denunciar o descaso com a saúde dos trabalhadores”, explica Gilberto.
Prejuízo aos trabalhadores
Até que a solução torne-se real, os trabalhadores têm suas chances de busca por seus direitos na Justiça reduzidas. Não somente do setor metalúrgico mas todos em geral. E o fator principal para isso é justamente a demora na conclusão do relatório, um dos documentos fundamentais para fazer prova na Justiça. Além disso, o próprio INSS tem a perder já que o mesmo relatório é utilizado para elaboração das ações regressivas. Com elas, o INSS pode reaver junto às empresas os recursos pagos em benefícios por conta dos acidentes.
Fonte: Saúde Ocupacional.
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